data-filename="retriever" style="width: 100%;">Me "bateu a passarinha", como diz o adágio sulino. O Senado Federal, via seu instituto de pesquisas próprio, tal de "DataSenado" (que eu confesso, nem sabia existir), detectou ser o WhatsApp a principal fonte de informação do cidadão brasileiro.
Aponta a pesquisa em apreço, efetuada por entrevistas telefônicas a 2,4 mil pessoas, que o aplicativo é o modo preferido pela nação em percentual de 79%. O segundo veículo, ou forma de informar-se, como queira o amigo leitor é, pasme, ainda, a televisão que, por sua vez, alcança preferência nacional em 50%.
Ora, convenhamos: as coisas que nos aspectos pesquisados já não iam bem, há décadas, parecem ser motivo de preocupação por aparente piora.
Por quanto tempo, já escutamos e dizemos ser a televisão brasileira, quando não tendenciosa, comprometida com "interésses" ocultos, a grande responsável pela degradação da moral e da família por seu abjeto e frugal conteúdo, um veículo indigno da confiança e da fé da nação? E, apesar de tanto, por tanto tempo, ela ainda conta com a metade da população e lhe seguir e a lhe dar crédito...
Não se trata de acatar tias pseudoverdades e demonizá-la ao sabor do que sempre fora dito, mas pasmar diante de tão remanescente poder de persuasão apesar da largura, cumprimento, peso, e profundidade da ojeriza com que tal veículo de comunicação sempre fora alvejado.
Perdeu a primeira posição contemporaneamente, é verdade. Mas para um aplicativo de celular...
É utilíssimo o WhatsApp, não há dúvida. Praticamente indispensável de nossos cotidianos, sob pena de fazer emergir o caos nas relações de pessoais a negociais. Agora, daí a ser alçado à primeira das fontes de informação de toda uma nação, tem (ou teria) de haver uma distância intransponível.
Logo ali, onde qualquer um acomoda qualquer conteúdo, sem compromisso com a verdade tampouco fonte, a todo o momento, como todos nós, contumazes usuários mais que sabermos, nos acostumamos a ver.
Logo ali, onde qualquer contraponto eventualmente necessário em defesa da verdade que sobrevenha às telas (entre memes, vídeos, piadas, e coisa e tal...) com mais de meia dúzia de linhas é considerado "textão" e, portanto, independente de seu conteúdo, gravidade, urgência, pertinência, realidade ou o que seja, se torna imediatamente enfadonho, chato e, assim, incapaz de ser lido.
Logo ali, onde graçam as fake news criminosas, a tornarem as verdades, quando compartilhadas, ininteligíveis. Não. Não é assim que se forja um povo informado de verdade, com ciência bastante ao efetivo discernimento para opinar e até para escolher seus mandatários.
Assim, os debates (todos eles) acabam por ter a profundidade de um pires cheio de leite.